quarta-feira, 18 de junho de 2014

Chapter One - Try To Understand

Chapter One - Try To Understand


O dia começou comum em J.P. Reil High School. Frio como qualquer outro a norte de Boston. Os adolescentes se dirigiram como se costume as salas designadas. Alguns bocejando como de costume sendo o primeiro dia de aula após as férias de inverno.
Mas ainda era um dia feliz. Amigos conversavam sobre o que fizeram nas férias. Algumas meninas se abraçavam e gritavam, recebendo um olhar mal-humorado da inspetora, outros riam e brincavam.
Resumindo, um dia comum de volta as férias do ensino médio.
Uma pessoa, no entanto, se destacava nessa multidão de aborres... Digo, adolescentes.
Era menor que a maioria, cabelo ruivo escuro, curto. Sua pele pálida como leite, olhos azuis colados no chão enquanto andava.
Era uma menina, também conhecida como Ruby Scarlet.
Se você perguntasse sobre ela na escola, receberia olhares estranhos ou bufos.
“Ruby Scarlet? Nunca ouvi falar.”
Sim... A menina era como um fantasma.
O sinal tocou, para a depressão dos estudantes. Sentando-se ao fundo da sala, Ruby não olhava para ninguém, nem para o professor que acabara de entrar.
A chamada começou e assim os sonolentos estudantes respondiam, sem querer ficar com falta e receber uma bronca de seus pais.
--Ruby Scarlet... –finalmente foi chamado. Os olhos do professor se alargaram levemente. –Aluna nova..? Ruby está aqui?
A pequena levantou a mão do fundo. O professor pousou os olhos nela e corou.
--Ah, é você. Certo. –ele desviou novamente os olhos para a chamada.
Ruby não se incomodou que nem o professor lembra-se que ela existia. Estava acostumada. Era realmente melhor passar despercebida. Ninguém incomoda o que não podem ver.
Imersa em pensamentos sobre sua invisibilidade aparente, Ruby não notou que outra pessoa tinha entrado na sala.
--... Falcons. Espero que sejam bom para ele, pessoal!
Os olhos da menina correram para ver quem era. Um menino alto, com os cabelos pretos e olhos acinzentados. Ele parecia mal-humorado. Suas roupas eram desleixadas, assim como seu estilo. Ele parecia aquele tipo de Bad boy um pouco assustador.
Mas não foi isso que fez Ruby sentir mais medo. Não... Era que ele estava olhando para ela. Ela, que era praticamente invisível. Como?
E seu olhar... Era frio. Insondável. Quase hostil. Ruby estremeceu. Que inferno? Porque ele estava olhando para ela?
Ele se sentou na carteira livre a frente do resto da sala. Os cochichos começaram, mas Ruby não prestou atenção. Estava muito ocupada tentando não começar a hiperventilar.
O que... Tinha sido isso?
Ele a conhecia? Estava com raiva dela? Conhecia... Seu tio?
Ruby não tinha certeza, mas de uma coisa ela sabia. Iria evitar o garoto Falcons como um gato evita um pitbull.
O sinal do intervalo demorou a tocar, o que era estranho. Geralmente Ruby estava tão aérea durante as aulas que tudo passava rápido – mesmo que ela não quisesse. A ultima coisa que precisava era voltar para casa. -, mas dessa vez, com a tensão que sentia por estar no mesmo cômodo que o garoto Falcons ela simplesmente não conseguiu relaxar. Tinha tanto medo...
Seus ombros tremeram, assustada quando o sinal tocou. Tropeçando ela se levantou da mesa para sair. Seu coração quase parou de bater quando ela passou pelo garoto Falcons, mas ela não o olhou. Não queria encontrar aqueles olhos frios novamente.
O lado de fora da sala era gratificante. Sentia-se como se tivesse saído de dentro de um prédio em chamas. O alivio do ar gelado batendo em seu nariz foi tudo que ela precisava. Respirou fundo e se permitiu um raro sorriso. Estava tudo bem, tudo bem. Ela só tinha que ir para casa e...
--Srta. Scarlet?
Ruby pulou de susto antes de lançar um olhar em pânico para o professor. O homem sorriu diante da menina assustada, e acenou para o menino Falcons ao seu lado.
--Trevor aqui acabou de se mudar, e não sabe qual ônibus pegar para voltar pra casa. Ele mora próximo a você, então poderia ajuda-lo, Srta. Scarlet?
O coração de Ruby começou a bater forte. Ficar sozinha com ele? (Uma parte de sua mente guardou o nome do menino que até agora ela só conhecia o sobrenome.) O professor era louco?
Ruby assentiu timidamente evitando olhar para cima. Enquanto ela estava com medo não queria aborrecer o professor. Era uma péssima ideia, especialmente considerando suas baixas notas em sua matéria nos últimos meses.
Não era como se fosse culpa dela de qualquer forma... Ela apenas não podia... Seu tio...
Ela vagamente ouviu as recomendações de cuidado do professor. O garoto Falcons – Trevor – olhou para ela novamente quando o professor saiu. Tremulamente a menina indicou com a cabeça para ele segui-la.
Caminhando em meio a um topor, Ruby deixou seus pés guia-la para dentro do ônibus que levava para o sul da cidade. Trevor a seguiu em silêncio.
Com o tempo, Ruby relaxou. Trevor não falava nada e ela quase podia fingir que estava sozinha. Quase.
--Minha casa fica na Mott St. Little Italy.
Ruby olhou para ele, e assentiu.
--Duas paradas a partir dessa, antes da parada em Elizabeth St. –murmurou ela, dando seu melhor para não gaguejar.
Trevor assentiu.
--Obrigado. –falou ele. O menino que antes parecia... Mal, agora dava um sorriso tímido para Ruby.
Ruby sentiu o rosto esquentar, e o coração perder uma batida. Ela lançou a Trevor um olhar de confusão. Por que de repente ela se sentia tão...
O... que está acontecendo? Pensou aturdida.
Confundindo o olhar de Ruby com uma confusão pelo agradecimento, Trevor olhou pela janela.
--Por me ajudar. A maioria das pessoas fica com medo de mim...
Eu também estou com medo de você... Mas...
--Sendo bem sincero, no inicio eu te achei meio patética.
A ruiva corou com o insulto e mordeu o lábio. Isso não tinha sido legal. Mesmo que ela soubesse que era verdade.
--Mas você até que é uma pessoa bem legal.
--Obrigada. –murmurou Ruby corando furiosamente.
Trevor sorriu. A porta do ônibus de abriu.
--E você também é bem bonita. –falou ele e escapou antes que Ruby pudesse reagir.
Não que ele realmente precisasse fugir. Ruby ficou estática, olhando para onde ele tinha saído antes de olhar para o chão corando. Ela facilmente era confundida agora com a cor de seus cabelos.

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Chegando em casa Ruby teve aquela sensação ruim novamente. A luz da sala estava ligada indicando que seu tio já estava lá. Sua mão hesitou na fechadura da porta antes que ela respirasse fundo e abrisse.
Era melhor enfrentar isso logo. Talvez acabasse mais cedo.
A luz do corredor se acendeu, revelando um homem alto, com um uniforme policial. Suas roupas estava amassadas, seus olhos num tom meio avermelhado, com uma garrafa de cerveja quase vazia na mão.
Ruby quase gemeu, notando o cheiro de maconha na casa. Por que bem nesse dia? Por quê?
--Chegou em casa, menina? –o homem tinha um tom agressivo e malicioso.
--Sim senhor. –respondeu a menina humildemente.
--Ouvi dos vizinhos que você foi vista com um garoto no ônibus... Conversando com ele. –o homem se aproximou de Ruby.
Ruby se encolheu com a proximidade e com o tom. Malditos vizinhos fofoqueiros.
--Sim, tio. –murmurou ela. –O professor pediu para que eu mostrasse ao garoto o ônibus que ele devia pegar para chegar em casa, senhor.
O tio da menina observou-a por alguns segundos.
--Lembro-me de ter ordenado que você não falasse com meninos. Esqueceu de seus pais?
Ruby se encolheu fortemente, como se tivesse levado um safanão.
--Não senhor. –respondeu trêmula.
--Terá que me compensar a desobediência se quer que eu continue pagando o tratamento deles.
Ruby soltou um suspiro trêmulo. Isso estava indo de mal a pior.
--Sim, senhor. –gaguejou ela. –Farei o que ordenar, senhor...
Os olhos dele piscaram maliciosamente ele sorriu.
--Ah, eu sei disso, minha querida. Creio que agora podemos começar.

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Tudo doía. Viver era doloroso. Ruby sabia disso. Ela podia sentir seus músculos protestarem.
Esquadrinhou seu quarto escuro. Seu tio estava satisfeito. Aquilo tinha acabado... Por agora.
Se seus pais não tivessem hipertenção arterial refratária... Se eles não tivessem que pagar aqueles médicos caros para a Terapia Intensiva...
Se isso não fosse assim, ela seria livre? Livre daquela casa? Livre de seu tio abusivo? Livre de “pagar” pela vida dos pais?
Ruby chorou, pensando nisso. Fechando os olhos com força, ela e tremeu.

Por que... Toda vez que fechava os olhos... A única coisa que podia ver era o sorriso de Trevor?



3 comentários:

  1. Primeiro: QUE BONITINHO ESSE MOMENTO DO TREVOR E DA RUBY *U*
    Segundo: QUE TIO DOS INFERNOS, *****!
    Sério, vou dar uns tapas nesse cara pra ele aprender á respeitar a Ruby ><
    Fiquei triste pelos pais da Ruby, espero que eles se curem logo ç-ç
    Adoro a sua escrita, Rory-nee, continue assim, sua fofa o/
    ( /*-*)/ Uhu \(*-*\ ) Eu quero mais momentos TrevorXRuby!!! >/////<
    Tchau ^^

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  2. Muito bom, deu pra perceber que o tio dessa garota é um sem vergonha que merece o pior. Aguardo futuras continuações.

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  3. Muito legal a estória. Espero continuar lendo ela, embora faça um tempo que não há atualizações...

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